Você compraria um look que só existiria em foto? Conheça as roupas digitais.

Você já imaginou um armário onde suas roupas são feitas de pixels e não de materiais têxteis? Graças às tecnologias
disponíveis, hoje é possível ter as tendências mais quentes da moda em um guarda-roupa virtual, com peças de grifes a
preços acessíveis. O detalhe é que só podem ser usadas nas redes sociais, em fotos.
O que mais parece ficção científica virou realidade durante a pandemia: a moda digital ganhou espaço com a compra de
roupas e acessórios para ver e ser visto no Instagram, TikTok e outras plataformas digitais. Utilizando tecnologias como
Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (RV), as coleções não são produzidas em tecidos ou qualquer outro tipo
de material; elas são inseridas digitalmente nas fotos ou vídeos de quem usa — seja pela marca, seja como filtro.

“Daqui para frente, a moda digital vai deixar de ser um movimento pouco convencional e se transformar em uma tática
importante para atrair o desejo do consumidor por novidades”, acredita Mariana Santiloni, expert do futuro na WGSN,
uma das principais consultorias de tendências do mundo.

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Moda digital na prática
Por se tratar de peças criadas por computador, a moda digital reforça a ideia de que qualquer pessoa, independente de
gênero ou tipo de corpo, pode usar qualquer estilo de roupa. Isso acontece porque, na prática, a moda digital consiste
em looks desenhados por softwares, que são incorporados ás fotografias. É quase a mesma proposta dos filtros no
Instagram, por exemplo.
Dessa forma, o consumidor compra a roupa digital, envia sua foto para a plataforma escolhida e o “look do dia” virtual é
integrado à imagem escolhida. Há também a opção do próprio cliente provar, comprar e vestir a roupa de forma
automática, por meio de Realidade Aumentada.
“As tecnologias são as mais diversas, depende da necessidade da empresa e também de realizar o protótipo da peça
com alta definição para a realidade aumentada. As empresas como The Fabricant, Dress X e The Replicant Fashion já
dispõem de diversas peças e looks diários que estão em evidência nas redes sociais”, conta Fernanda Ramos Melo,
pesquisadora em moda e professora da Estácio São Paulo.

Fernanda Ramos Melo explica que as peças são criadas a partir de softwares tridimensionais, onde é possível não só
ativar o movimento dos tecidos, como também aplicar estampas e trabalhar novas modelagens nas roupas. Tudo isso
com o bônus de garantir a designers e estilistas os direitos autorais de criação, mesmo dentro do conceito de moda
digital.
Já existem, inclusive, empresas que contam com uma equipe só para ajustar digitalmente as roupas à foto de cliente. E
estes arquivos, ou melhor, looks, são vendidos a preços bem mais em conta que uma produção real.
A Gucci, por exemplo, lançou recentemente o Virtual 25 — um tênis exclusivamente digital que sai por US$ 12,99 (cerca
de 60 reais), enquanto um par real não sai por menos de US$ 600 (por volta de 3 mil reais). Já o estilista brasileiro Lucas
Leão criou uma coleção 100% digital, com peças que são comercializadas pela Shop2gether e que variam de R$ 130 a
R$ 180. A desvantagem: o “close” só existe para os seguidores.
A natureza agradece. Será mesmo?
Esta é uma das vantagens das roupas digitais: permitem que os consumidores tenham acesso a peças que não agridem
a natureza, em um fast fashion virtual que exclui o ciclo de produção poluente da cadeia têxtil e deixa de lado problemas
gerados pelo descarte das roupas no meio ambiente.
Como se sabe, a indústria da moda está entre as mais poluentes do mundo. Estima-se que a produção de roupas e
acessórios seja responsável por 8% das emissões globais de gases de efeito estufa, por exemplo. Não é à toa, o setor
segue em busca de alternativas sustentáveis que minimizam os impactos no meio ambiente.
“Desde o início das redes sociais os usuários têm evitado serem fotografados com o mesmo look mais de uma vez. Com
a sustentabilidade se tornando um importante fator no comportamento de compra do consumidor o fast fashion tem sido
invertido com a introdução do fast fashion digital”, revela Mariana Santiloni, do WGSN.

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Por outro lado, fica o questionamento: alguém que consome em excesso sem se preocupar com sustentabilidade
trocaria, de fato, as compras físicas por versões digitais com o objetivo de preservar o meio ambiente? Realidade ou
utopia?
Moda física x digital
A expert do WGSN acredita que à medida que as pessoas passam mais tempo em casa se comunicando por telas, a
linha entre o mundo físico e digital fica mais tênue. “O limite entre o virtual e o material deixa de importar. Com os
consumidores se acostumando aos cenários ‘figitais’ (mix entre físico e online), aos poucos, não mais questionarão o que
é real e o que é ficção, abraçando a hibridização”, acredita.
Neste cenário, as marcas terão dois caminhos para atendê-los: a moda digital pode se tornar mais uma categoria para as
grifes diversificarem suas coleções, vendendo tanto as peças físicas quanto as virtuais, ou se consolidarem como

marcas apenas de peças digitais. É o caso da norte-americana The Fabricant que, em 2019, já vendeu a primeira roupa digital de luxo do mundo por US$ 9.500 através da tecnologia blockchain e, desde então, só comercializa peças virtuais.

*Fonte: Universa UOL

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