5 melhores filmes que estreiam na Netflix em janeiro de 2022

O filósofo e crítico de arte Roger Scruton (1944-2020) era capaz de reconhecer, por óbvio, a importância das máquinas para o desenvolvimento do homem, mas Scruton também alegava que com elas o mundo perdera muito de sua ingenuidade, sua ternura e sua beleza, daí a arte não poder nunca prescindir da estrita observação de todos os paradigmas canônicos no que concerne ao requinte estético. Nem tudo é arte, mas a arte está em tudo; em todas as coisas, vivas e inanimadas, perenes e transitórias, há um quê de beleza oculto, esperando a astúcia de um gênio sensível para ser descoberto.

Por mais difícil que seja de se acreditar, existe uma beleza infinita no gênero humano. O homem, esse bicho estranho, que se comporta como fera predadora boa parte do tempo, mas completamente só no mundo, se perde em devaneios e sonhos que não pode alcançar, guarda para si o seu melhor, até por instinto, cabendo à arte, à boa arte, mergulhar fundo e resgatar esse tesouro, que mesmo depois de restaurado devido às avarias que o tempo traz, não perde as marcas de um passado melancólico, de dúvidas e aflições.

A ameaça do fim, sempre à espreita, é uma das questões que mais angustiam o homem. Por sabermos que a morte está sempre à ronda, mas sem nunca termos a certeza sobre em que esquina nossa jornada há de cruzar com a da indesejada das gentes, tentamos fazer da vida um tempo glorioso, como se cada segundo fizesse toda a diferença entre ser só mais um ou tornar-se parte do espírito de um tempo, uma figura a partir da qual boa parte dos outros mortais passa a se orientar. Viver como se cada dia fosse mesmo o último, empenhando-se por escapar da subjugação de um destino que não colabora e nos quer todos iguais, todos medíocres, eis a sina da humanidade.

A relação entre a natureza humana e sua extinção, depois de um cenário de catástrofe ou pestes para as quais a ciência ainda não descobriu medicamentos eficazes — cura, então, nem pensar — é matéria-prima de grandes histórias, que o cinema materializa com precisão e apuro estético que poucas manifestações artísticas alcançam. Em 2022 a Bula mantém a tradição de elencar os filmes para os quais você vai ter de dedicar um quinhão do seu tempo, como “Um Lugar Silencioso” (2018), em que o diretor John Krasinski dá vida a um homem que tenta manter sua família a salvo de monstros inclementes quando tudo o mais resta perdido. Outra sorte de desordem, por seu turno, é o mote de “Neymar: O Caos Perfeito” (2021), série documental em três episódios dirigida por David Charles Rodrigues que esmiúça a carreira e a vida pessoal de um dos maiores jogadores que o futebol já viu, uma trajetória de feitos excepcionais, pontuada também por fracassos, dores e uma boa medida de polêmica. “Um Lugar Silencioso”, “Neymar: O Caos Perfeito” e mais três longas são os destaques da Netflix para 2022, que decerto nos vai exigir o respiro que o cinema proporciona. As produções estão organizadas de acordo com o ano em que foram lançadas pela indústria, sendo que “Neymar: O Caos Perfeito” e mais uma são inéditas.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

*Fonte: Revista Bula

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