Essa é segunda das três unidades temporárias anunciadas pelo GDF. Previsão é que hospital de Ceilândia, único ainda em obras, comece a funcionar na próxima semana.
O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou, nesta sexta-feira (14), mais um hospital de campanha para atender pacientes com o Covid-19. A unidade foi instalada no Autódromo Internacional Nelson Piquet e conta com 100 leitos de unidades de cuidados intermediários (UCI).
Esse é o segundo dos três novos hospitais de campanha prometidos pelo Palácio do Buriti. Há uma semana, a unidade instalada no Gama começou a operar, também com 100 vagas de UCI.
O último dos três hospitais de campanha será instalado em Ceilândia. A previsão é de que ele comece a funcionar até a próxima semana. Inicialmente, a promessa da Secretaria de Saúde era de que as unidades entrassem em operação até 14 de abril, portanto, há um mês.
Apesar da inauguração, a Secretaria de Saúde informou que o Hospital de campanha do Autódromo começa a receber pacientes apenas na segunda-feira (17).
Durante a solenidade de inauguração, o governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou que as unidades vão permitir que pacientes com Covid-19 sejam transferidos dos hospitais regulares para os temporários. A medida, segundo o chefe do Executivo, permitirá o aumento na capacidade de atendimento de cirurgias.
“Hoje, temos mais de 2,5 mil pessoas esperando por esses procedimentos”, disse Ibaneis.
As cirurgias eletivas na capital foram suspensas em 28 de fevereiro, devido à lotação nas unidades de saúde. No dia 8 de maio, a Secretaria de Saúde retomou o serviço, porém apenas para a modalidade que não exige reserva de leito de unidade de terapia intensiva (UTI).
Na inauguração, a deputada federal Celina Leão (Progressistas) comentou que, em Brasília, nenhum paciente com Covid-19 “morreu na fila” à espera de atendimento hospitalar. Segundo a parlamentar, “todos tiveram atendimento adequado”.
Entretanto, dados obtidos pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que, entre 1° de março e 20 de abril, 391 pessoas com Covid-19 morreram enquanto aguardavam um leito de UTI.
Além disso, durante a solenidade de inauguração, a reportagem flagrou pontos de aglomeração (vídeo acima). Enquanto autoridades falavam, dezenas de pessoas, sem respeitar o distanciamento social, se reuniram para escutar. Situação semelhante ocorreu na abertura dos hospitais de campanha de Ceilândia, em janeiro, e do Gama, na semana passada.
Leitos de UCI x UTI
Inicialmente, o governador e outros membros do Executivo informaram que os hospitais de campanha da capital teriam 300 vagas de unidade de terapia intensiva (UTI) cada. Posteriormente, o GDF recuou e disse que, na verdade, os leitos seriam de UCI
A especialidade é usada por pacientes com gravidade moderada, e que não têm risco de morte. A UTI, ao contrário, presta serviço especializado e com quantitativo maior de equipe.
Apesar do governo ter anunciado a abertura dos leitos de UTI nos hospitais de campanha, a Secretaria de Saúde negou que isso tenha sido prometido. Mas em diversas ocasiões houve a confirmação da inauguração desse tipo de vaga, inclusive durante uma entrevista com Ibaneis, em 12 de abril.
O governador garante que as vagas de UCI serão suficientes para zerar a fila dos pacientes que aguardam por uma UTI. Ibaneis chegou a dizer que “os leitos em hospitais de campanha não serem descritos como UTI é somente por conta da ausência de centro cirúrgico no local”.
Jardins Mangueiral ganha UBS
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Governo inaugura UBS no Jardins Mangueiral, no DF — Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília
Antes da abertura do Hospital de Campanha, o governador participou da inauguração da unidade básica de saúde (UBS) do Jardins Mangueiral. O local tem capacidade para atender 20 mil moradores, segundo o Executivo.
Em 16 de abril do ano passado, o contrato de execução da obra foi publicado no Diário Oficial do DF (DODF). O investimento total é de R$ 2,9 milhões. A UBS inaugurada nesta sexta-feira é a primeira unidade de saúde pública do Jardins Mangueiral.
“Tivemos aqui um crescimento muito grande de pessoas e veículos, mas não de infraestrutura”, disse o governador. Em seguida, ele anunciou a construção de dois viadutos na região.
Ocupação na rede pública
Levantamento da Secretaria de Saúde divulgado às 11h15 desta sexta, mostra que 78,21% dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 estão ocupados na rede pública. De 480 vagas, 341 estão ocupadas, 95 vagas, seis aguardando liberação e 38 bloqueadas.
Além disso, há 31 pessoas com suspeita ou confirmação da Covid-19 na lista de espera por um leito de UTI no DF. O número, entretanto, já foi maior e chegou a ficar com mais de 300 nomes em março.
Até esta quinta-feira (13), o novo coronavírus havia infectado 390.117 pessoas e feito 8.251 vítimas. Apenas este mês, 423 pessoas morreram em Brasília devido à Covid-19. Uma média de 32 óbitos por dia.
*Fonte: G1